quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Professoras, professores (Ana Miranda)

Num momento em que a comunidade de professores passam por um momento difícil no país, onde a sociedade na sua maioria não dá a importância e o respeito necessário a esse profissional, eis que me deparo com um texto tão belo, comovente e verdadeiro como esse que acabei de ler e que disponibilizo aqui pois deve ser do conhecimento de todos e não somente de alguns. Chegou agora pouco o exemplar da revista Carta na Escola aliás, é importante que todos os professores tenham contato com essa revista que é uma "mão na roda" para o preparo de uma aula. Então, voltando ao que falava, ao pegar essa revista para registra-la no acervo, como sempre costumo fazer, comecei a ler de trás pra frente (esse é um velho hábito meu). E logo de cara na última página da revista, tem Carta ao Professor e sua autora é a escritora Ana Miranda. Professores, leiam essa declaração ao professor que ela faz aqui. Mesmo não sendo professora, mas justamente por conviver com vocês diariamente e acompanhar o quanto vocês apanham para dar conta do dever, é que me emocionei e divido aqui com vocês. Ah! se todos pensassem assim!
Aproveito para fazer uma propaganda gratuita da revista que nessa edição em especial está muito boa! Faço aqui minhas palavras o que a Ana Miranda escreveu e rendo assim, minhas homenagens a todos vocês. Leia na íntegra

Leitor de livros eletrônicos gera polêmica

Há algum tempo atrás falei sobre o lançamento do e-book da Amazon. Lembram-se? Mais notícias sobre ele. Agora, com uma polêmica.
(Notícia retirada do PublishNews, 17/02/09)
Ler um livro em voz alta pode ser considerado pirataria? O novo aparelho que reproduz livros eletrônicos da Amazon, o Kindle 2, tem gerado polêmica no mercado editorial norte-americano desde seu lançamento por causa de uma função que faz algo parecido com uma leitura robótica dos livros eletrônicos. A ferramenta, que está na segunda versão, é uma espécie de "iPod dos livros". O Kindle 2 reproduz na tela uma versão eletrônica de um livro comprado pelo usuário no próprio site da Amazon.com. Como gadget também é capaz de "ler" em voz alta o texto do e-book, isso causou controvérsia entre editores e agentes literários nos EUA. De acordo com o Wall Street Journal, o presidente do sindicato dos autores, Paul Aiken, afirmou que comprar o livro eletrônico e instalar no aparelho não dá ao usuário o direito de ouvi-lo em voz alta, em áudio. Segundo ele, essa reprodução configura "um direito de reprodução auditiva, que está previsto na lei de direitos autorais". De acordo com o advogado Rony Vainzof, especializado em direito eletrônico e autor de livros sobre o tema, no Brasil uma situação como essa dificilmente caracterizaria violação dos direitos autorais. (Estado.com - 13/02/2009 - Por Ana Freitas )
Veja a galeria de fotos do Kindle 2

Hitler e suas facetas - Biblioteca nazista

Hitler sem duvida foi uma das personalidades mais polêmicas de toda a história da humanidade. Quanto desperdício de inteligência numa mente torpe! Leia abaixo mais uma curiosidade sobre ele.

(Notícia retirada do PublishNews, 17/02/09)

Hitler queimava livros, mas também os lia. E o fato de fazer ambas as coisas o torna um leitor muito especial. Sua relação com os livros, inclusive com os que não queimava, não era amável. Incapaz de relações profundas e sinceras de amor e amizade, Hitler tampouco nutria carinho pelos livros, uma marca dos bibliófilos decentes. Da mesma forma que fazia com os países, as instituições e as pessoas, Hitler depredava os livros. Gostava muito das enciclopédias e dos almanaques, de onde podia extrair, para impressionar, muita informação em pouco tempo. E ainda as obras sobre ocultismo. Foi encontrado entre seus livros - e isso não é uma piada - o título A arte de tornar-se um orador em poucas horas. Hitler tinha um fraco, e talvez essa seja sua única faceta sincera como leitor, por relatos do explorador Sven Hedin e pelos faroestes de Karl May. Isso não impedia que acendesse os cigarros de oficiais nazistas com páginas em brasa das obras de May. A biblioteca privada de Hitler - os livros que moldaram sua vida, de Timothy W. Ryback, rastreia com habilidade detetivesca e pulso literário, as obras que teriam sido decisivas, por seu significado emocional ou intelectual, na vida do Hitler leitor. O líder nazista chegava a ler um livro por noite, revela o autor, mas era superficial. Muito pouco de Shakespeare, quase nada de Nietzsche e Schopenhauer. Muita coisa de Nostradamus. [Un lector llamado Adolf Hitler - Jacinto Anton, do El País]

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Em Praga, 2 mil vão às ruas em defesa de biblioteca

Quando li essa notícia no PublishNews pensei: Que sociedade mais diferente da nossa! Isso sim é que é dar valor ao patrimônio e ao serviço que uma biblioteca pode oferecer aos seus usuários. Demontra também o quanto essa sociedade é amadurecida no que diz respeito à cultura e à leitura. É brasileiros e brasileiras (como já dizia um outro) precisamos nos espelhar e seguir esse tipo de exemplo e não macaquear os BBBs da vida. Sonho um dia poder ver nossa sociedade lutar por uma causa dessas e também por outras tão sérias quanto essa.
(Notícia retirada do PublishNews, 10/02/09)
Não é sempre que se vê a sociedade se mobilizar em torno de uma biblioteca. Mas na quinta-feira, dia 5 de fevereiro, manifestantes foram às ruas de Praga para pressionar o governo para que seja construída a nova Biblioteca Nacional na cidade. O projeto, concebido pelo arquiteto tcheco Jan Kaplicky, foi o vencedor de um concurso internacional realizado em 2007 para abrigar a nova sede da principal biblioteca do país. Mas o governo municipal de Praga vetou a construção, por considerar que o projeto, muito ousado, destoava da arquitetura da cidade. Mais de duas mil pessoas, entre elas vários artistas e três ministros (de Relações Exteriores, Educação e Direitos Humanos), ocuparam a praça central do centro antigo de Praga, defendendo a execução do projeto tal como foi concebido por Kaplicky, morto no mês passado de um ataque cardíaco, aos 71 anos. Durante a manifestação, foi lançada uma petição, que já contava com 23 mil assinaturas recolhidas pela internet. Chamado "Construir para a demorcracia" - segundo a divisa do arquiteto americano Frank Lloyd Wright (1867-1959) -, o documento defende a execução do projeto de Kaplicky, que já recebeu dos críticos o apelido de "polvo", devido a seu formato.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Viagem no tempo para entender a atualidade: usos e costumes

Ando um pouco saudosista ultimamente mas não de uma forma doentia e sim, de uma maneira agradável e leve. Temos nosso ritmo de vida tão atropelado por compromissos que quase nunca temos tempo de parar e aguçar nossa memória em busca de alguma lembrança boa que ficou guardada em nossas gavetas mentais. Há quanto tempo que não parava para lembrar minha infância, meus brinquedos e brincadeiras que eram tão comuns naquela época. Sou do tempo em que criança brincava na rua, se juntando aquela trupe enorme de outras crianças e que passavam o dia a inventar brincadeiras novas. Sou de um tempo em que criança saudável ficava a vontade de pés no chão, brincando com água, mexendo na terra, voltando para casa com a cara e a roupa imunda mas, com os olhos brilhando de alegria e satisfação. Venho de uma era em que não se via criança estressada como hoje. Gastávamos tanta energia brincando, que, ao término de mais um dia, íamos para casa, tomávamos nosso banho, nossas mães já tinham a mesa posta para o lanche do final da tarde onde comíamos alimentos feitos na hora (como por exemplo aquele bolo delicioso de fubá ou de laranja ou de cenoura com cobertura de chocolate), ou um bolinho de chuva com açúcar e canela por cima (ai que delícia!!!!), pãezinhos quentinhos com manteiga e aquele café com leite ou com chocolate que não encontro mais hoje... Logo mais a noitinha assim que meu pai chegava do trabalho, jantávamos todos juntos à mesa, conversávamos um pouco sobre vários assuntos, quase não víamos televisão - aliás, tive televisão em casa um pouco mais tarde e mesmo assim, meus pais estipulavam horário para assistir - e íamos dormir um sono dos anjos para que no dia seguinte pudéssemos pular da cama com toda a energia revigorada e iniciar mais um dia feliz de criança.
Toda essa narrativa de minha infância, além de ser uma retomada gostosa de um tempo que ficou lá atrás, serve também como introdução para as sugestões de livros que farei agora.
Observando as crianças e pré-adolescentes que convivem comigo aqui no colégio, vi o quanto esses jovens não têm uma idéia clara sobre a evolução de muitas coisas com as quais eles convivem hoje. E mesmo com relação a evolução da sociedade, seus costumes, suas regras, seus tabus e aí, me veio a idéia de se trabalhar esse tema através de livros bem gostosos de ler e de ver. Com ilustrações que remetem o jovem a um tempo em que nem sonhavam em nascer. É a dica de hoje.







quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Bibliotecas públicas - a saga continua (e minhas reflexões também)

No relógio
(Notícia retirada do PublishNews, 03/02/09)
31 de dezembro de 2009 (um ano antes do prazo estabelecido pelo presidente Lula) é a data derradeira para que o Brasil possa bater no peito e dizer que não há mais uma única cidade em todo o território nacional sem uma biblioteca pública. Sabe-se que boa parte daquelas que estão em funcionamento encontra-se em situação precária e que a revitalização desse sistema tornou-se inadiável, exigindo uma ampla e vigorosa política nacional. No entanto, zerar o número de municípios que ainda não dispõem desse serviço público essencial tem um caráter simbólico que não pode ser desprezado, comenta Galeno Amorim. O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, incumbido pelo Ministério da Cultura de cumprir a missão, garante que resolve isso ainda este ano.
Ao ler essa notícia no Blog do Galeno e depois também no PublishNews, fico a ruminar minhas reflexões a respeito desse assunto. Que é necessário que se desenvolva uma política voltada para mais aberturas de bibliotecas em todo o país, disso eu não tenho dúvidas. Agora, como já diziam nossas avós, abrir bibliotecas só para "inglês ver", é tapar o sol com a peneira mais furada que possa existir. Colocar nessas bibliotecas equipes formadas por pessoas que não têm o perfil nem a formação necessárias para desenvolver um trabalho é simplesmente atirar no pé. O que se precisa é que toda a sociedade brasileira se conscientize da importância das bibliotecas e seus serviços prestados a toda uma comunidade. De seu papel educador, informacional, cultural e divulgador dos direitos de seus cidadãos. Observem que, apesar de toda uma luta que alguns grupos de profissionais da área biblioteconômica estarem desempenhando, a sociedade ainda é insensível a essa questão. E vou ainda mais longe, e me desculpem aqueles que não concordarem, mas mesmo dentro de nossa classe existem aqueles que não se comprometem em absoluto com a causa. Profissionais que apenas atuam de forma mecânica e sem nenhuma paixão pelo que fazem e que acham tudo isso uma grande besteira. Sei o quanto é difícil mudar uma cultura mas, se não nos mexermos para que isso se transforme, acabaremos mais um milênio na total ignorância e com nossos jovens cada vez mais iletrados, incultos sem noção de cidadania. Que futuro lhes é reservado? Porisso, deixo aqui meus sinceros votos de que esse projeto vingue, mas de forma correta e completa e que nosso povo possa abrir mais seus olhos para essa questão da formação cultural e educacional que tanto faz falta. Contudo, talvez devido ao meu espírito extremamente crítico e cético, fico aqui em meu cantinho pagando pra ver. Mas, vamos aguardar.