quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Bibliotecas públicas - a saga continua (e minhas reflexões também)

No relógio
(Notícia retirada do PublishNews, 03/02/09)
31 de dezembro de 2009 (um ano antes do prazo estabelecido pelo presidente Lula) é a data derradeira para que o Brasil possa bater no peito e dizer que não há mais uma única cidade em todo o território nacional sem uma biblioteca pública. Sabe-se que boa parte daquelas que estão em funcionamento encontra-se em situação precária e que a revitalização desse sistema tornou-se inadiável, exigindo uma ampla e vigorosa política nacional. No entanto, zerar o número de municípios que ainda não dispõem desse serviço público essencial tem um caráter simbólico que não pode ser desprezado, comenta Galeno Amorim. O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, incumbido pelo Ministério da Cultura de cumprir a missão, garante que resolve isso ainda este ano.
Ao ler essa notícia no Blog do Galeno e depois também no PublishNews, fico a ruminar minhas reflexões a respeito desse assunto. Que é necessário que se desenvolva uma política voltada para mais aberturas de bibliotecas em todo o país, disso eu não tenho dúvidas. Agora, como já diziam nossas avós, abrir bibliotecas só para "inglês ver", é tapar o sol com a peneira mais furada que possa existir. Colocar nessas bibliotecas equipes formadas por pessoas que não têm o perfil nem a formação necessárias para desenvolver um trabalho é simplesmente atirar no pé. O que se precisa é que toda a sociedade brasileira se conscientize da importância das bibliotecas e seus serviços prestados a toda uma comunidade. De seu papel educador, informacional, cultural e divulgador dos direitos de seus cidadãos. Observem que, apesar de toda uma luta que alguns grupos de profissionais da área biblioteconômica estarem desempenhando, a sociedade ainda é insensível a essa questão. E vou ainda mais longe, e me desculpem aqueles que não concordarem, mas mesmo dentro de nossa classe existem aqueles que não se comprometem em absoluto com a causa. Profissionais que apenas atuam de forma mecânica e sem nenhuma paixão pelo que fazem e que acham tudo isso uma grande besteira. Sei o quanto é difícil mudar uma cultura mas, se não nos mexermos para que isso se transforme, acabaremos mais um milênio na total ignorância e com nossos jovens cada vez mais iletrados, incultos sem noção de cidadania. Que futuro lhes é reservado? Porisso, deixo aqui meus sinceros votos de que esse projeto vingue, mas de forma correta e completa e que nosso povo possa abrir mais seus olhos para essa questão da formação cultural e educacional que tanto faz falta. Contudo, talvez devido ao meu espírito extremamente crítico e cético, fico aqui em meu cantinho pagando pra ver. Mas, vamos aguardar.

4 comentários:

Unknown disse...

Oi, Roseli!

Acho muito legal essa política pública de espalhar biliotecas pelo Brasil inteiro!
Mas concordo contigo: para que cumpram sua função social - formar cidades leitoras! - precisam ter atuando nelas pessoas leitoras, apaixonadas por livros... e não afilhad@s do prefeito como acontece aqui na minha cidade e na maioria.

Dia desses postei um texto da Ana Miranda "A ausência do livro" (http://ufabloguei.blogspot.com/2009_01_13_archive.html)... Quando o li, na Caros Amigos, fiquei pasma: o que está descrito ali eu vivencio nas escolas de periferia em que trabalho...
Para mudar, precisamos de professores(as) leitores(as), de bibliotecários(as) leitores(as), de diretores(as) leitores(as...
é toda uma rede...
O livro sozinho não basta... temos que construir o acesso e garanti-lo!!

Abraços!

Flávio Tonnetti disse...

Olá Roseli,

Obrigado pela visita no www.ensino.blog.br . Gostei muito do seu trabalho neste seu espaço também e já troquei um link contigo. Espero que possamos acompanhar o trabalho um do outro.
De fato a realidade de algumas bibliotecas de escolas privadas é muito diferente da maioria das públicas. E eu particularmente sou bem pessimista quanto a uma melhora. Não creio que tenhamos, em número suficiente, pessoas profissionalmente capacitadas e voltadas para a construção, manutenção e utilização das bibliotecas públicas escolares.

Abraços
Prof. Flávio Tonnetti
www.ensino.blog.br

Roseli Venancio Pedroso disse...

Oi Suely,
Disse tudo amiga. Só que também sei o quanto é difícil mudar uma cultrua tão entranhada no brasileiro que é o do afastamento das bibliotecas e da leitura. Mas, vamos seguindo e fazendo nossa parte. Um dia a gente chega lá.
Bjs

Roseli Venancio Pedroso disse...

Oi Flávio,
Obrigad apela visita e pelo comentário. Sendo bibliotecária sei o quanto essa realidade é gritante. Mas não sou pessimista não, contudo também não sou sonhadora. Acredito que só mudaremos após muito trabalho de formiguinha e com muito empenho de bibliotecários e professores juntos nessa briga.
Abraços