quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma viagem a uma infância que já quase não existe


E falando em biblioteca, livros...faz tempo que não falo sobre nenhum livro por aqui não é mesmo? Voltei animada! Seguinte: Em meados do mês de outubro passado, chegou uma leva de livros para divulgação e, separado aqueles que fariam parte de nosso acervo, o restante seria mandado embora. Então, minha chefe nos chamou (a equipe), e disse que se tivessemos interesse em algum título, poderíamos pegar para nós. Eba!!! Adoro ganhar livros! Fiz minha seleção e entre os que escolhi, me encantei com um título em especial:
Um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos, de Selma Maria Kuasne, da editora Peirópolis.
Me encantei com seu visual, mas foi justamente o seu conteúdo que me cativou. A autora, arte-educadora, ao conhecer a obra de Guimarães Rosa, se apaixonou. Ao saber que o autor tinha ideia de concretizar uma obra sobre o brincar e os brinquedos, não teve dúvidas: decidiu dar continuidade e concretizar o sonho de Guimarães Rosa. O livro fala sobre o universo da infância no sertão mineiro. Através de poemas próprios, Selma resgata com muito lirismo, uma infância que quase não existe mais. Pelo menos nas grandes cidades. O livro é uma sugestão para todas as idades. Para as crianças, para que conheçam outras formas de brincar que não conheceram. Para os adultos, uma forma deliciosa de resgatar sua criança, relembrando as brincadeiras e os brinquedos que muitos fizeram e tiveram. Sendo uma amante dos livros, não poderia deixar de me encantar com alguns poemas que Selma fez em homenagem ao livro. Veja:

Conversa entre o livro e a prateleira
Fico de pé tanto tempo!
E você, dona prateleira,
vive aí deitada!
Seu livro, mas que conversa fiada!
Que mania de inventar história.
Te carrego a vida inteira,
e você me fala essa besteira!

4 comentários:

O Profeta disse...

Chove bem no meio do mar
São de fogo as manhãs na ilha
A seda púrpura é lençol de amantes
Os olhos roubam a virtude à maravilha

Enchi a taça com absinto
Ergui o braço, toquei uma nuvem carmim
Ensaiei um passo de dança 
Senti que os pássaros riam de mim

Senti o resto da geada em descalços pés
Calei minha viola de dois corações
Deixei entrar no peito o tamborilar de perdidas gotas
Senti o sabor sal das minhas emoções


Convido-te a partilhar a outra metade


Mágico beijo

Argentino Neto disse...

Penso que que esta infância vive em nossas memórias, na criança que vive em nós. Esforço-me para repassar uma infância mais infantil possível para meu filho. Não é fácil, mas não desisto. Excelente dica. Já quero comprar o livro.
Algumas postagens, salvam o dia.
Muito grato.

Roseli Venancio Pedroso disse...

Profeta querido! Obrigada pela visita sempre lírica e carinhosa. Volte sempre.
Bjs

Roseli Venancio Pedroso disse...

Argentino! Que bom ter você por aqui de novo! É sempre um prazer receber a todos nesse espaço. Obrigada e volte sempre que quiser.
Bjs