quarta-feira, 26 de março de 2008

Inclusão - Um trabalho para toda a escola

Já há algum tempo que tenho vontade de falar sobre a educação especial nas escolas. Mesmo não sendo uma pedagoga, sempre estive ligada a área educacional e num convívio direto com os alunos afinal, uma biblioteca só tem vida quando os alunos estão nela. E eu sempre gostei desse contato direto com as crianças e os jovens. Trabalhando como bibliotecária, estou sempre lendo artigos da área educacional, e todos os livros novos que a biblioteca adquire, passam por minhas mãos para catalogar e indexar os assuntos daí, eu estar sempre lendo e analisando as obras. Isso me é muito prazeroso afinal, sempre tive o "bichinho" da curiosidade a me morder o tempo todo e lendo, estamos sempre aprendendo. Desde que a lei da inclusão nas escolas foi adotada, procuro sempre estar por dentro desse assunto afinal as professoras, coordenadoras e as orientadoras estão sempre me solicitando pesquisa a respeito . Aos poucos, me conscientizei da importância de conhecermos melhor as deficiências e seus inúmeros graus. Somos de uma geração que esteve sempre distante de pessoas portadoras de deficiências físicas e mentais daí, a dificuldade em lidar com tais pessoas.
No colégio onde trabalho atualmente e mesmo no colégio onde atuei anteriormente, observava a dificuldade e a falta de conhecimento tanto dos professores que se viam em total desespero por terem em suas classes crianças especiais como também dos demais funcionários que direta ou indiretamente interagem com essas crianças e jovens especiais. Outro aspecto que também observei nesses anos, é o preconceito que grande parte nutre por pessoas nessas condições e mais uma vez, cheguei a conclusão que a desinformação é a grande causadora de tanto sofrimento e desestrutura das escolas. Afinal, não conhecendo, dificilmente saberemos como ensinar e conviver de forma harmoniosa no ambiente escolar. E quando digo conhecer, se informar, quero dizer que não só a equipe pedagógica deva se paramentar para trabalhar e conviver com os alunos especiais mas também, toda a equipe administrativa afinal, desde o porteiro que recebe essas crianças, passando pelos funcionários da disciplina, da cantina, da biblioteca, todos têm a obrigação de saber com quem está convivendo, conhecendo as dificuldades e necessidades especiais que tais crianças precisam para uma vida escolar de qualidade. Os demais alunos também devem se conscientizar para que o convívio seja salutar e não provoque gozações e brincadeiras nocivas tão comum de acontecer. Porisso, na minha humilde opinião de bibliotecária escolar, todo o corpo educacional deve se preparar para receber essas crianças através de palestras, orientações de profissionais voltadas para todos, inclusive estendendo para os pais para que haja uma conscientização geral e plena da situação. Ainda caminhamos muito longe desse ideal que visualizo. Observamos no dia-a-dia situações delicadas e difíceis de se resolverem mas acredito que através da informação correta podemos reverter esse quadro. Para tanto, separei aqui na biblioteca alguns títulos que são muito esclarecedores sobre os mais variados tipos de deficiência e trazem um texto voltado para pais e professores. Deixo aqui algumas dicas inclusive para que outras bibliotecas escolares possam enriquecer seus acervos afinal, uma das atividades mais gratificantes de nossa profissão é a de disseminar informação e eu faço isso com muito prazer. Uma boa leitura a todos e espero estar contribuindo de alguma forma para auxiliar professores, pais e bibliotecários nessa empreitada que é a educação de nossas crianças.

terça-feira, 25 de março de 2008

Leitura (ou a falta dela) ainda um assunto a se discutir

Temos constantemente discutido sobre a crise na educação do país e a leitura (ou a falta dela) em nossa sociedade é um grave problema uma vez que isso interfere diretamente na vida adulta e na formação dos profissionais. Alfabetizar mas não desenvolver a interpretação de textos é algo que se tornou comum nas últimas gerações formadas em nossas escolas. As universidades estão lotadas de jovens com sérios problemas de interpretação de textos. Pessoas que não conseguem sequer, compreender uma simples conta de água, ou uma reportagem no jornal é algo que nos leva a refletir e muito sobre o que podemos fazer para reverter esse quadro atual. Na minha opinião, todos nós temos responsabilidades na formação de todas as crianças e jovens que convivem conosco. Como bibliotecária escolar, fico aflita ao observar a biblioteca em que trabalho vazia, os livros parados nas estantes acumulando pó e sem ninguém para estimular o uso e o desenvolvimento de atividades culturais com todo esse material que se encontra a disposição de todos e, no entanto, intacto sem despertar o interesse nem mesmo dos professores e coordenadores do colégio. Me sinto na obrigação de fazer algo para mudar esse quadro mas, ao mesmo tempo, sinto-me acorrentada sem poder me mover pois a área pedagógica se sente totalmente desligada da biblioteca não tendo por ela nenhum apreço nem consideração em nosso trabalho que pode ser tão útil tanto aos professores quanto aos alunos. Não quero fazer aqui uma crítica a classe pedagógica mas, apenas uma constatação dessa realidade: os próprios professores são totalmente afastados da leitura de livros e periódicos. Alegam que não têm tempo disponível para irem a biblioteca. Mas...o que fazem em suas "janelas" entre uma aula e outra? Muitos ficam nas salas dos professores descansando, papeando, fazendo a unha (pois não tiveram tempos de irem a manicure), mas jamais se lembram de dar uma chegada a biblioteca para verem o que há de novo, ou simplesmente pesquisarem material para um novo trabalho para desenvolverem com seus alunos. Todos se encontram naquela situação: "Nós fingimos que ensinamos, os alunos fingem que aprendem e todos saem no lucro"(saem? será?). Vejam abaixo algumas notas que tenho lido recentemente. Simplesmente lamentável.
Choque cultural
Notícia retirada do clipping PublishNews
O Globo - 23/03/2008 - por Fellipe Awi
Considere-se privilegiado o leitor que, ano passado, foi ao cinema, ao teatro, a um show de música, a uma exposição de arte ou simplesmente leu um livro em casa. No Brasil, ele pertence a uma minoria. Mais da metade dos brasileiros não realizou sequer uma dessas atividades em 2007. É o que mostra pesquisa encomendada pelo Sistema FecomércioRJ. Do total de entrevistados, 69% disseram, por exemplo, que não leram nenhum livro ano passado. A falta de hábito foi o motivo alegado por 58% dos entrevistados das classes D e E, apenas 1% a menos que os das classes A e B. Apontado por muita gente como o maior vilão dos consumidores de cultura, o preço dos ingressos ou dos livros perdeu de longe para dois problemas ainda mais preocupantes, uma vez que demandam mais tempo para serem solucionados: a falta de hábito e o desinteresse. >> Leia mais
Um em cada cinco graduados italianos não sabe ler
Notícia retirada do mural da Revista Ensino Superior, nº114, Março de 2008
Um em cada cinco graduados italianos com formação superior não é capaz de decifrar uma simples escrita de uma página, como a bula de um remédio ou um manual de instruções de um eletrodoméstico, segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) da União Européia, publicada pelo jornal La Repubblica no início de fevereiro. Um lingüísta ouvido pela reportagem, Luca Serianni, da Universidade Roma 3, conta que "suou frio" ao constatar a incapacidade lingüística desses profissionais, que o jornal italiano chama de "doutores analfabetos". "Um médico que não sabe manejar a palavra é um médico que não lê, portanto, talvez nem saiba manejar uma broca de dentista", disse Serianni. A reportagem se aprofunda sobre os hábitos de leitura dos profissionais italianos graduados e apresenta um panorama que o jornal chama de "doutores analfabetos" baseada em pesquisa do Istat, o instituto nacional de estatística. Quase 7% dos graduados já não lêem mais, 6,5% o fazem apenas por motivos profissionais. Já quase três em cada quatro graduados dizem que não frequentam mais nenhuma biblioteca. A principal desculpa para não ler é a falta de tempo (49,3%), enquanto (21,7%) dizem que ler é "chato" e (20,1%) dizem que preferem realizar outras atividades de lazer. Hoje, a Itália tem 8,2% de sua população com diploma superior, contra a média de 15% de outros países membros da OCDE.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Notas sobre bibliotecas daqui e do mundo

Gosto sempre de saber o que anda acontecendo por aqui e fora daqui com relação a bibliotecas. As notícias abaixo recebi através do clipping PublishNews que sempre recebo.

Livro regressa a biblioteca 100 anos depois
Diário Digital (Portugal) - 12/03/2008

Um livro religioso, Vartija, de 1902, foi devolvido, de forma anônima, à biblioteca pública de Vantaa, do sul da Finlândia, um século depois de ter sido emprestado. "Não temos a certeza da data do empréstimo e quem foi que o devolveu", explica a bibliotecária Minna Saastamoinen, acrescentando que será impossível aplicar a multa de atraso, que seria 'astronômica'. O livro encontra-se em bom estado e regressou agora ao edifício que substitui a velha biblioteca de onde saiu, há mais de cem anos. >> Leia mais

Bibliotecas do RJ terão novo conceito a partir de 2009

A Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro vai passar por uma ampla reforma a partir deste ano e, em 2009, vai inaugurar um novo conceito na área de informação e cultura. Com uma verba de R$ 15 milhões, destinada pela Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria de Cultura vai fazer obras no prédio e investir no acervo da unidade, que será interligada via internet com todas as bibliotecas públicas e escolares do estado. Com as mudanças, as unidades ganharão uma nova função: atrair a atenção de crianças e adolescentes para as salas, que serão mais do que espaços de leitura e pesquisa. >> Leia mais

Biblioteca de Nova York ganhará nome de investidor O Globo - 12/03/2008 - por Flávia Oliveira A biblioteca pública de Nova York, na 5º Avenida, vai ganhar o nome de um mega investidor. O presidente do grupo Blackstone, Stephen Schwarzman, vai doar US$ 100 milhões à instituição e terá seu nome estampado na porta. Conforme Flávia Oliveira, essa é a maior quantia já doada a uma organização cultural em NY. >> Leia mais

quarta-feira, 12 de março de 2008

A bibliotecária dos sonhos

Continuando a comemorar nosso dia, lembrei-me desse texto de Fernando Gabeira que há algum tempo atrás recebi de uma colega nossa e gostei tanto que guardei. O reconhecimento de um usuário como ele é que faz nossa alegria e nos dá uma força extra para seguirmos confiantes na carreira que abraçamos. Vale a pena ler.
A mensagem era um oásis no deserto de spams, mensagens comerciais e declarações políticas. Assinava-a Tiziana, uma bibliotecária de Genebra, e dizia mais ou menos assim:
"Caro senhor:Se o senhor esteve em Genebra no princípio de novembro de 1997 e veio à biblioteca de francês (Salle Thibaudet) da Faculdade de Letras da Universidade de Genebra para consultar a obra de Matarasso e Petitfils "Álbum Rimbaud", da Pléiade (1967), e se o senhor é autor das palavras de agradecimento anexas, eu sou a bibliotecária que encontrou a obra para o senhor. Trocamos poucas palavras, mas o senhor disse que talvez voltaria. "Talvez, até uma próxima."Depois disso, tive a ocasião de comprar, numa loja de livros raros, um exemplar da obra acima mencionada -obra não encontrável, como o senhor sabe. Eu a guardei para poder lhe oferecer, caso o senhor voltasse.A vida decidiu de outra forma. Mudei de posto de trabalho. Talvez o senhor não tenha me encontrado ou não tenha tido a oportunidade de voltar. Saiba que, se tiver oportunidade de voltar a Genebra, terei um grande prazer em lhe entregar a obra."A mensagem termina com a promessa de Tiziana -uma promessa de enviar pelo correio o bilhete de agradecimento que o freqüentador da biblioteca tinha escrito. No momento, ela estava sem scanner, logo, teria de enviar a fotocópia da forma tradicional.Assim que terminei de ler a mensagem, compreendi que havia um engano. Talvez tenha estado na Faculdade de Letras num debate em 1997. Mas não me lembro da biblioteca nem do livro de Rimbaud. Desfiz o equívoco e agradeci, mas não podia deixar de manifestar minha admiração pelo gesto. "Se todos os bibliotecários do mundo..."Já havia tido uma experiência, quando asilado na Suécia. Procurei um livro numa biblioteca de bairro. Não tinham. Era um texto de Sartre sobre Flaubert, um calhamaço editado pela Gallimard, com um preço acima de meus recursos. A bibliotecária disse: "Não se preocupe, vamos comprá-lo e emprestaremos a você".A diferença nos casos é que, na Suécia, a coisa era fria e profissional. O texto de Sartre ou um manual de jardinagem teriam o mesmo tratamento. Neste caso de agora, há um envolvimento emocional, uma espécie de relação pessoal com o texto, uma compreensão da raridade do livro.Estou consciente de que essas coisas acontecem apenas em países onde se investe mais dinheiro para oferecer livros ao público. No entanto, não é essa a questão. O exemplo de Tiziana me comoveu porque reforçou uma das crenças que nunca me abandonaram, apesar de tantas revisões intelectuais. É a da superioridade de se fazer o que se gosta, de se apaixonar pelo trabalho.Houve um momento em que duvidei disto. Foi, talvez, no meio da década de 70, quando Herbert Marcuse falava de um outro tipo de trabalhador, que despendia apenas a energia necessária para ganhar a vida, que não se envolvia emocionalmente com o sistema. Era exatamente como vivia, fazendo trabalho temporário aqui e ali. Mesmo nesse momento, no entanto, o distanciamento emocional do trabalho, o consumo mínimo de energia existiam para liberar tempo e disposição para fazer o que se gostava realmente.Não tenho talento, ou melhor, conhecimentos suficientes, para texto de auto-ajuda. O pouco que sei também não é válido para todos. Com a volta ao Brasil, incorporei uma nova dimensão a esse respeito pelo amor ao que se faz. É a dimensão pedagógica.Volta e meia, a gente se vê discutindo sobre adolescentes que têm baixo rendimento escolar, mas são apaixonados por outra coisa -esporte, por exemplo. E sempre digo: se gosta muito de alguma atividade, acabará aprendendo nela os mistérios do mundo e da existência. Não há tanto com que se preocupar.Por isso, se procurasse um livro inexistente na biblioteca de Tiziana, imagino sua preocupação em tentar encontrá-lo em algum canto do mundo. Mas diria o mesmo que o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade escreveu no poema "Hotel Toffolo", um mitológico lugar de Ouro Preto:"E vieram dizer-nos que não havia jantar.Como se não houvesse outras fomes e outros alimentos.Como se a cidade não servisse o seu pão de nuvens".Certamente, com essa mensagem pela internet, você me ensinou mais do que aprenderia no "Álbum Rimbaud".
Um beijo, Tiziana.
Fonte: Folha de S.Paulo Data: 23/04/2005
Autor: Fernando Gabeira

Parabéns Bibliotecários!

Tanto que queria escrever um artigo bem legal para o nosso dia, e, como sempre, devido a correria me faltou esse tempinho tão necessário. Porisso, colegas de luta, batalha, frustrações e, por que não, também de conquistas, Parabéns a todos! Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos em nossa área, escolhemos nossa profissão e ela é muito gratificante. Pelo menos pra mim e acredito que a todos ou quase todos que se encontram nela. Para se manter é preciso ter um espírito quixotesco e um otimismo inabalável. Assim como ser brasileiro e continuar acreditando que tudo irá melhorar.Que nossa classe possa se unir cada vez mais por um único ideal e continuar acreditando no potencial que temos em nossas mãos que é o saber lidar com a informação e servir de ponte para toda a sociedade. Para ilustrar nosso dia, gostaria muito de postar um texto que escrevi há alguns anos mas que, infelizmente devido a mudança de endereço, e com meu computador de casa em estado terminal,não achei ele. Contudo, encontrei um texto de um colega nosso que tem muito a ver com meu pensamento expresso naquele texto. Tomo a liberdade de publicar aqui homenageando também você Marcos, que pensa como eu.
Me solidarizo nessa questão. Parabéns a todos!

Quando eu crescer quero ser bibliotecário!

Você já ouviu alguma criança falar isso? Afinal, o que é ser bibliotecário nos primórdios do século 21, com todo um avanço tecnológico na sociedade da informação? Onde está a importância desse profissional e o seu reconhecimento sócio-educativo e cultural em nossa sociedade? No Brasil, temos 39 escolas de formação acadêmica de onde saímos com o grau de bacharel (segundo dados do Conselho de Biblioteconomia da 1ª região), o vestibular não é tão concorrido quanto os outros cursos tradicionais, que deslumbram status, porém, na sua remuneração, esse profissional pode estar muito bem na tabela salarial comparado a outros profissionais liberais. Mas, voltando a pergunta inicial, você já ouviu uma criança dizer que quer ser bibliotecária? E os pais ficarem encantados com a escolha da profissão e saírem comentando aos quatro cantos que seu filho vai ser bibliotecário, que ele está cursando biblioteconomia? Provavelmente não. E por que não? Eis as minhas indagações: as pessoas, na sua grande maioria, não buscam a informação além das emissoras de rádio e televisão, quando vão às bibliotecas de suas escolas, sejam elas públicas ou privadas, raramente encontram um bibliotecário disponível para atendê-lo. Isso quando a escola tem biblioteca e bibliotecário. Nas universidades privadas e públicas, esse profissional sempre está envolvido com processamentos administrativos ou técnicos. Nas outras áreas em que ele atua, raramente aparece em frente a um projeto, se mostrando no sentido denotativo da palavra, não que ele não se envolva, alguns chegam até a ser parte essencial daquele projeto, porém ficam inibidos na hora de utilizar seu marketing pessoal, existem exceções, mas são raras. Recentemente, um colega comentou que seu ex-supervisor, um homem graduado, questionou por que precisamos cursar quatro anos de faculdade para exercer a função de bibliotecário, tendo ele como área de percepção o espaço biblioteca, porque, apesar de atuarmos em qualquer unidade onde possa existir informação, seja ela bibliográfica ou não, o bibliotecário, na mente da maioria dos mortais, ainda está vinculado às estantes de livros organizados verticalmente. Para muitos, faz-se necessário apenas guardar os livros nas prateleiras e emprestá-los quando alguém precisa consultá-los ou fazer uma pesquisa. Daí eu questiono aos colegas bibliotecários e aos órgãos de classe, que nos representam como pessoas jurídicas, onde está a visibilidade da profissão? Será que está apenas em um cartaz parabenizando pelo dia 12 de Março, que comemora o dia do bibliotecário e o nascimento de Manuel Bastos Tigre, bibliotecário que se projetou na biblioteconomia pelas suas ações em prol da profissão, exerceu a profissão por 40 anos sendo o primeiro bibliotecário concursado no Brasil em 1915? Onde está a nossa auto-estima? O que fazer para que a sociedade conheça esse profissional, que os nossos filhos nos olhem com orgulho e que as crianças despertem o interesse em um dia, quando crescerem, terem como opção, além da carreira das áreas médica, advocacia, engenharia, a biblioteconomia sem se sentir pequeno, porque qualquer profissão, seja ela de cunho liberal ou não, quando é exercida e temperada com vocação, prazer e uma remuneração justa, merece todo o reconhecimento e respeito de uma sociedade em desenvolvimento que tem como alicerces políticos a educação como prioridade para alcançar o posto de primeiro mundo.

Marcos Soares
Bibliotecário daUFPE
CRB4/1381
colegioinvisivel@bol.com.br

segunda-feira, 10 de março de 2008

Lei é solução?


Acabo de receber a revista Educação e folheando dei com essa nota:

"Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados pretende tornar obrigatória a instalação de bibliotecas em municípios com população igual ou maior do que 100 mil habitantes. De acordo com a proposta do deputado Clóvis Fleury (DEM-MA), as bibliotecas devem conter acervo mínimo de 2 mil exemplares.
O objetivo é democratizar e ampliar o acesso dos brasileiros à leitura, quesito em que estamos bastante defasados em relação a outros países. Na França, por exemplo, os cálculos indicam que há uma biblioteca para cada 2,5 habitantes.
A lei, no entanto, tem tudo para ser inócua: o governo federal está prestes a atingir a meta de ao menos uma biblioteca por município. No final de 2007, 330 municípios restavam sem biblioteca, contra 1.300 no ano de 2003. Ademais, a grande questão tem sido como mantê-las abertas e ativas".


Pois é, o problema não se resume só a abrir novas bibliotecas em todos os municípios do país e sim, capacitá-la com equipes bem treinadas tendo sempre como administradora dessas bibliotecas, profissionais capacitados para administrá-las. Além de, é claro, verba decente para atualização do acervo. E a briga continua...e as necessidades do brasileiro também...

Nota extraída da Revista Educação, nº131, Março de 2008, p.19

sexta-feira, 7 de março de 2008

Mulher e Bibliotecária: jornada dupla e gratificante

Para homenagear a mulher nesse dia internacional, decidi falar um pouco sobre essa mulher que exerce a função de ensinar, orientar, aconselhar, ser uma boa ouvinte além de também desenvolver um trabalho que hoje, é fundamental para todas as áreas: a bibliotecária.
Essa profissional que surgiu meio que ao acaso, enquanto esperava o dia de seu casamento, aquela moça culta, prendada, que falava mais de uma língua e que, por amor aos livros e a literatura, se embrenhou por esse caminho. Muitas casaram e se afastaram das atividades biblioteconômicas contudo, grande parte, foi seduzida por essa profissão e fez dela suas vidas. Algumas, se entregaram com tal paixão aos livros que não permitiam nem que os usuários chegassem perto de suas "preciosidades". Outras ainda se apaixonaram pela técnica biblioteconômica, que não enxergaram mais nada além de vírgulas, dois pontos, espaços,e num afã apaixonado, também se esqueceram da importância desse mesmo usuário que ficava sempre em segundo plano numa biblioteca. Outras tantas, amavam seus templos da sabedoria humana e devotavam a esse templo horas de sua vida vivenciando seus dias como sacerdotisas do saber não admitindo jamais que esses templos fossem tomados e profanados por barulhos e sons humanos como conversas, risadas, suspiros etc.
Hoje, essa profissão que tanto foi estigmatizada e menosprezada pela sociedade, sobe a um topo onde se faz necessário em qualquer empresa seja ela educacional, da área da saúde, jurídica, econômica. A bibliotecária de hoje é uma mulher de nosso tempo: ativa, dinâmica, com um raciocínio rápido e com um imenso gosto pelo contato humano afinal de contas, lidamos com o conhecimento sim, aliás, hoje mais do que nunca contudo, esse conhecimento hoje se condensa nos mais variados formatos: eletrônicos, em papeis, livros, e tantos outros formatos. A facilidade da informática nos poupa tempo para nos dedicarmos mais ao contato humano entre os usuários de nossas bibliotecas e centros de informações e esse, é sem dúvida, a melhor parte de nossa tarefa. Transmitir esse conhecimento a pessoas que buscam se aperfeiçoar em suas áreas de atuação, orientar os alunos em seus aprendizados e acomoanhando seu crescimento intelectual é por demais gratificante. Essas palavras não são críticas as antigas colegas de trabalho. É apenas uma constatação de um tempo, uma época em que a profissão se espelhava nos costumes vigentes. Se essa profissional hoje tem o perfil dinâmico e multidisciplinar, é conseqüência dos tempos que vivemos onde o tempo é escasso e precisamos dar conta de tudo.
Bibliotecária e mulher: Parabéns por esse dia que reflete todos os demais do ano! A profissão e a condição feminina reflete a guerreira que todas somos e o quanto a coragem, a perspicácia e a intuição nos faz especiais!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Ainda sobre o fechamento de bibliotecas em São Paulo

Saiu hoje no jornal Folha de S.Paulo, na Tendência & Debates, um parecer do Secretário da Cultura da Prefeitura de São Paulo, Carlos Augusto Calil sobre a questão do fechamento de algumas bibliotecas públicas na cidade de São Paulo. Apesar de concordar com algumas coisas ditas por ele, como por exemplo,a deterioração das bibliotecas, a má conservação de seus acervos e alguns outros ítens, achei que ele utilizou de ironia e um certo desdém ao afirmar que: ..."a reação (ao fechamento) foi desproporcional..."
Pois bem,o que será que ele entende por reação desproporcional? Será que ele acredita que os bibliotecários que se uniram para protestar contra o fechamento dessas bibliotecas são um bando de crianças mal acostumadas e mimadas que já têm tudo ao seu redor e que estão reclamando de barriga cheia? Acredito que essa união se deva acontecer mais vezes e de forma mais incisiva pois está mais do que na hora de virarmos um pouco a situação tanto das bibliotecas, quanto dos bibliotecários e nos fazermos mais ouvidos, entendidos e respeitados como cidadão e com profissional que somos. São Paulo merece ter mais bibliotecas espalhadas por todos os bairros mas, entenda-se aqui, bibliotecas dinâmicas, bem estruturadas, com um acervo decente, bem cuidado e com uma equipe a altura para atender a todos os usuários que nela comparecerem. Sim, porque usuários existem. O que não se encontra por aí são espaços bonitos, atrativos e com material que chame a atenção dessa clientela. Eu mesma, sendo bibliotecária, moro próxima de uma biblioteca pública e só estive nela duas vezes e desisti pois a sua decadência, o seu acervo velho, mutilado e desatualizado além de uma equipe de funcionários que só falta rosnarem quando entra alguém por lá, me disanimaram por completo. Enfim, talvez isso tudo sirva para fazer acontecer algo de bom na nossa cidade afinal, São Paulo, essa metrópole maravilhosa que nos oferece de tudo, a toda hora, merece ter também uma rede de bibliotecas públicas que seja motivo de orgulho e não de vergonha para sua população.
Para ler na íntegra a opinião do secretário no jornal Folha de S.Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0603200808.htm

quarta-feira, 5 de março de 2008

Comemoração do Dia do Bibliotecário

Apesar de todos terem recebido, vale deixar lembrado as atividades que marcarão o dia do Bibliotecário em São Paulo. Colegas, vamos agitar para fazer desses eventos um sucesso! Informações retiradas do BOB NEWS N°007/2008

CAPITAL

SÃO PAULO
10 de março das 18h30 às 22h30
Palestra: Arquitetura de bibliotecas – conceitos inovadores, com Prof. Elmar Mittler – professor universitário, diretor da Biblioteca da Universidade de Göttingen (1990-2006), Baixa Saxônia, Alemanha.
Local: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP
Grande Auditório (374 lugares)
Av. Paulista, 1578 – Cerqueira César - São Paulo

14 de março – 19h00
Sessão Solene da Câmara Municipal de São Paulo em homenagem ao Dia do Bibliotecário
Palestra: Arquitetura da Informação, com o Prof. Guilermo Reis
Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
Viaduto Jacareí, 100 - São Paulo

Inscrições: CRB/8 - Tel.: (11) 5082-1404
E-mail: crb8@crb8.org.br


INTERIOR


CAMPINAS
12 de março – 10h00
Palestra: O papel do biliotecário na gestão do conhecimento, com a Profa. Valéria MartinValls
Local: Auditório da Biblioteca Central Cesar Latter – Cidade Universitária
Telefone: (19) 3521-6502
Inscrições: shsousa@unicamp.br

LORENA
12 de março – 19h00
Palestra: A atuação do profissional bibliotecário na gestão de negócios e tecnologia da informação, com o Prof. Luis Atílio Vicentini.
Local: FATEA, Av. Peixoto de Castro, 539 - Espaço Arte Tereza D’Ávila
Telefone: (12) 2124-2940 / 2939

RIBEIRÃO PRETO
12 de março – 19h00
Palestra: Bibliotecário: perfil e atuação profissional, com a Profa. Evanda Aparecida Verri Paulino.
Local: USP/Ribeirão Preto
Av. Bandeirantes, 3900
Telefone: (16) 3602-4438

SANTO ANDRÉ
12 de março – 19h30
Palestra: De gestor da informação a gestor do conhecimento: um bibliotecário p/ o admirável mundo novo da globalização, com a Profa. Maria das Mercês P. Apóstolo.
Local: FAINC
Rua Siqueira Campos, 483
Telefone: 4433-7477
Inscrições: joaobosco@fainc.com.br

SOROCABA
12 de março – 19h30
Palestra: A dinâmica do perfil profissional, com a Profa. Maria Helena T. C. de Barros
Local: IMAPES
Rua da Penha, 620 – Sorocaba
Telefone: (15) 2101-3845
Inscrições: marivalde@imapes.br

TAUBATÉ
12 de março – 14h00
II Encontro Regional de Bibliotecários “Panorama dos Acervos Históricos do Vale do Paraíba”
Local: Auditório do Depto. de Engenharia Civil da UNITAU
Rua Expedicionário Ernesto Pereira
Inscrições: (12) 3635-5166
E-mail: didadobibliotecario@unitau.br


MARÍLIA
13 de março – 10h00
Palestra: A informação social como negócio, com a Profa.
Regina dos Anjos Faziolli
Local:UNESP – Av. Hygino Muzzi Filho,737
Telefone: (14) 3402-1370

SÃO CARLOS
14 de março – 14h00
Palestra: Perfil profissional do bibliotecário, com a Profa.Ivete
Pieruccini Faria
Local: Biblioteca Comunitária,Rod. Washington Luiz, Km 235
Telefone: (16) 3351-8275 / 8747
Inscrições: fray@ufscar.br

ITAPETININGA
10 de abril– 13h00
III Encontro de Bibliotecários da Região de Sorocaba
Organização e Local: Faculdades Integradas de Itapetininga
Rod. Raposo Tavares, Km 162
Inscrições: (15) 3376-9300 – Biblioteca
e-mail: biblioteca@fii.fkb.br

CACONDE
25 de abril – das 19h00 às 22h00
Palestra: Biblioteca e criatividade= desenvolvimento e inovação regional, com a Profa. Elizabeth Franco Biondo;
Palestra: Cultura e Educação= crescimento regional, com o Prof. Rui Santo
Local: Espaço Cultural Ranieri Mazzilli
Praça da Matriz
Fone: (19) 3662-1803/2900
E-mail: educacao@pmcaconde.sp.gov.br

Realização:
Conselho Regional de Biblioteconomia
8ª Região – Estado de São Paulo
Rua Maracaju, 58 - Vila Mariana
São Paulo – SP
Tel. (11) 5082-1404
URL: http://www.crb8.org.br
E-mail: crb8@crb8.org.br




You Tube histórico

Encontrei essa notícia lendo a revista História Viva e achei-a bem interessante para todos que curtem história. Em especial aos professores de História pois pode ser uma ótima ferramenta para utilizar em aulas e pesquisas. Vale conferir.

por Graziella Beting
Cena de reportagem sobre a Primavera de Praga disponível no site do INA
Como os movimentos estudantis de 1968, de Praga à Bolívia, foram noticiados pela televisão? No site do Instituto Nacional do Audiovisual (INA) francês é possível ver como esses eventos foram retratados nas televisões e rádios da época. O INA é o órgão que detém os arquivos de toda a produção audiovisual francesa, desde suas fundações (anos 30 para rádio e final dos 40 para a TV). Na França, uma lei exige que todo programa de rádio ou televisão deve ser guardado no INA. Com isso, a instituição conta hoje com mais de 60 anos de rádio e 50 de televisão arquivados. As imagens de 1968 são apenas um exemplo do que há no site do INA, que vem, ao longo dos anos, digitalizando seu acervo e colocando parte dele na internet. Hoje já são 100 mil programas consultáveis em busca por temas, personalidades, épocas e programa específico. Alguns documentos são oferecidos para locação ou venda (com preços em torno de R$ 4 a 10), e boa parte é gratuito.
Esta notícia foi retirada do site da revista História Viva, nº52, Fevereiro de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

R$22 mi para bibliotecas e pontos de cultura

Essa notícia recebi através do cliping PubishNews. Será que depois de tantas bibliotecas já existentes estarem sendo fechadas, essas vingarão? Ou será mais uma estratégia política igual a tantas que já vimos? Independente de minha descrença do momento, espero que essas saiam do papel e passem a vigorar de forma intensa. A sociedade agradece.

ABER - 28/02/2008
O Ministério da Cultura (MinC) irá destinar 22 milhões do seu orçamento ao programa Territórios da Cidadania, realizado pelo governo federal e que prevê investimentos da ordem de R$ 11,3 bilhões para cerca de mil municípios brasileiros, neste primeiro ano. Com os investimentos anunciados no dia 25 pelo MinC, serão criados 110 novos Pontos de Cultura e instaladas 151 bibliotecas em municípios que ainda não dispõem desse equipamento. O órgão também promoverá ações de modernização de bibliotecas em todo o país. "O programa vem se somar a outros programas do MinC para atacar problemas latentes no país. Estamos, por exemplo, zerando o número de municípios sem bibliotecas. Ainda em 2008, pretendemos instalar, ao todo, 631 novas bibliotecas, já temos os recursos garantidos para 300 e dependemos da votação do orçamento deste ano para garantir as demais", explica o ministro Gilberto Gil. >> Leia mais