terça-feira, 13 de abril de 2010

Desse jeito perde a graça!

Quando li essa matéria me identifiquei de imediato pois também tenho essa mania de ficar curiosa quando entro no metrô ou no ônibus ou até mesmo quando entro em uma cafeteria e vejo que tem alguém lendo um livro. Fico em cólicas para saber que livro é, se já conheço, se já li. Costumo até mesmo brincar em pensamento se consigo levantar um perfil da pessoa pelo livro que lê.

(Notícia retirada do Publishnews, 13/04/2010)
Bindu Wiles estava no metrô do Brooklyn, Nova York, em março, quando viu uma mulher lendo um livro cuja capa tinha uma instigante silhueta negra da cabeça de uma menina diante de um fundo laranja. Wiles notou que a mulher tinha mais ou menos a sua idade, 45, e levava consigo um colchão de ioga, então imaginou que elas tinham afinidades e se inclinou para ler o título: Little Bee, romance de Chris Cleave. Wiles, pós-graduanda em escrita de não-ficção na Faculdade Sarah Lawrence, em Bronxville, digitou uma anotação no seu iPhone e comprou o livro naquela mesma semana. Tais encontros estão ficando mais raros. Como cada vez mais gente usa o Kindle e outros aparelhos eletrônicos de leitura, e com a chegada do iPad, nem sempre é possível observar o que os outros estão lendo, ou projetar os seus próprios gostos literários. Não dá para julgar um livro por sua capa, caso ele não a tenha. "Há algo [de especial] em ter um belo livro que parece intelectualmente pesado e apetitoso", disse Wiles, que se lembra de ter gostado quando recentemente, ao reler Anna Karenina, as pessoas podiam ver a capa no metrô. "Você se sente meio orgulhosa de estar lendo isso." Com o Kindle ou o Nook, disse ela, "as pessoas jamais saberiam". (The New York Times)

Um comentário:

Jarbas disse...

Roseli,

Vejo que você começou a ler um dos romances do meu velho amigo Isaias. Obra linda, feminista. Acho que você vai gostar. E se ainda não leu, não perca Aqueles Cães Malditos de Arquelau, obra de uma sensibilidade comovente.
Ao ver sua revelação de leitura, fiquei com uma saudade imensa dos meus tempos de estudante boêmio, acompanhando o professor Isaias e seus muitos alunos pelos botecos de Ribeirão Preto.
Fiquei com saudades também dos jogos que o Isaias inventava para as horas em que o papo perdia embalo. Alguns desses jogos tinham como objeto palavras. Ganhar o jogo exigia bom domínio do idioma. Quase sempre, diante do desempenho chinfrin de certos alunos, o mestre aconselhava: "leiam mais, meninos, leiam mais".
Abraço,
Jarbas