terça-feira, 27 de outubro de 2009

Colóquio entre Educadores: um balanço do que foi visto e ouvido

Saí do segundo e último dia do Colóquio entre Educadores com um sentimento que a princípio, não estava conseguindo traduzir. E no caminho de volta ao colégio onde trabalho, vim pensando sobre isso. É muito bom ver profissionais que levam a sério seu compromisso com a área escolhida e observar que, mesmo com todas as dificuldades encontradas diariamente, eles não perdem seu foco, nem seu intusiasmo. Notei também que poderá demorar um pouco para mudar a imagem do bibliotecário escolar que a sociedade tem. No entanto, já antevejo movimentos bem suaves, quase imperceptíveis que levarão a um resultado positivo. É fato que o perfil do bibliotecário escolar e demais áreas terão que mudar pois o próprio mundo, a própria sociedade mudou porisso, não há mais espaço para o profissional extritamente técnico. Existe a necessidade de transformação em todos e nós, que trabalhamos dia a dia com o universo educacional também observamos esse mesmo movimento ocorrendo entre os professores que sofrem tanto quanto nós, esse descaso e essa ideia errônea do que fazemos e do quanto é importante nossa atuação em suas vidas. Participando do grupo Blogs Educativos onde a grande maioria é de professores, tenho lido muito a respeito da tristeza deles mediante o pouco caso que recebem de todos. Por mais que façam, nunca são reconhecidos e respeitados como deveriam.
Com toda essa crise - que não é de agora - só temos uma saída: renovação! Sinto no ar um cheiro de renovação na Educação brasileira. Grupos cada vez mais se mobilizam para que mude a forma de se educar no país. Esse modelo vigente não serve mais para essa sociedade que está em plena transformação e evolução. E nós, bibliotecários assim como os professores, também sofremos com essas mudanças e chego a seguinte conclusão: Ou paramos de lamentar e passamos a ação efetiva, ou seremos tragados e passaremos a ser uma breve e apagada lembrança. A biblioteca enquanto espaço físico ou não, também tem que passar por essa mudança e se adequar às novas necessidades. A mobilização tem de partir de todos e a união entre os que fazem parte dessa grande família que é a educação (professores, orientadores, assistentes, coordenadores, diretores, donos de escolas e bibliotecários) é algo que deve acontecer. Essa rusga existente entre o meio pedagógico e o meio biblioteconômico tem e deve ser deixada de lado para que unidos e fortalecidos, busquem novas formas para se trabalhar, serem reconhecidos e respeitados por todos. É interessante como as coisas vêm ao nosso encontro nos momentos em que passamos a refletir sobre determinado assunto. Já venho pensando sobre as mudanças há algum tempo e, como a grande maioria, continuo estacionada e acomodada aguardando que outros o façam por mim. No entanto, um sentimento ruim me acomete por não fazer nada que possa contribuir para mudar esse quadro. Sempre temos alguma desculpa. Só que chega uma hora em que não dá mais para "fingir" que o problema não é meu. A educação é problema meu sim pois boa ou má, se reflete em minha vida das mais variadas formas. E hoje, quando a última palestrante Silvana Aguiar iniciou sua fala que era sobre liderança, foi descortinando algo em meu espírito que desencadeou verdadeiro tsunami interior. E creio, pela reação de todos que ali estavam, que esse tsunami varreu agitando e muito essa "água estagnada" em nossos seres. Toda essa manifestação pessoal, é para agradecer a todos que participaram direta e indiretamente da realização desse encontro de profissionais realmente engajados em mudar o panorama vigente.
Ao Conselho Regional de Biblioteconomia 8ª Região e ao International Association School Librasianship qu tem se empenhado em tirar do marasmo a biblioteca escolar em todo o país, a começar por aqui, São Paulo, o meu agradecimento sincero de tudo o que tenho visto, ouvido e presenciado em ações. Tenho absoluta certeza que esse projeto Mobilizador da Biblioteca Escolar se desenvolverá e amdurecerá de uma forma muito bonita. Isso já deixou de ser apenas sonho e está se transformando em realidade.

7 comentários:

clique documental disse...

Roseli que bela exposição a sua.
Sabe, acho que já lhe falei isso, mas vou falar de novo..rsrsrs....
Durante minha graduação fiz 2 pesquisas na área de educação e fontes de informação. Acho linda a relação entre a Ciência da Informação e a Educação.
Acredito que a educação irá melhorar muito nos próximos anos. Como sempre digo: trocar informação é chique. A informação e a troca de conhecimentos nos possibilitam rever nosso fazer diário e sermos cada vez melhor no nosso trabalho.

Saudades de suas visitas!

Bjos fofos

clique documental disse...

Obrigada pelo compartilhamento de conhecimento!!!!

bjos

Hugo de Oliveira disse...

Brilhante exposição...viu.Sou educador e gosto muito de ficar informado.


abraços


Hugo

Roseli disse...

Lú,
Obrigada pelo carinho de sempre e pelas visitas. Concordoc om você: a troca de informações é fundamental para uma sociedade mais equilibrada e justa. Vamos lutar para que isso um dia vingue por aqui.
Bjs

Roseli disse...

Hugo,
Acredito pra valer nessa parceria entre o pedagógico e os bibliotecários afinal, somos elos de uma mesma corrente. Obrigada pela visita.
Abraços,

Luma Rosa disse...

Não sei como vai a profissão de bibliotecário, pois afora você, o único bibliotecário que conheço é um blogueiro de Detroit. A Biblioteca de Detroit é toda digitalizada e os livros são lidos em monitores, assim com o virar das páginas - o livro não é danificado.
Ontem a Biblioteca Nacional fez 199 anos e por isso, por causa deste aniversário, também escolheram para comemorar o dia do livro. Mas quer saber? Achei fraca as festividades!
Penso que a valorização da profissão deve começar pelos próprios profissionais, desmistificando a imagem que temos da pessoa que administra uma biblioteca.
Fico triste também quando vejo o número de bibliotecas diminuindo, mas estamos no Brasil. FAzer o quê? Beijus,

Roseli disse...

Concordo com você Luma com relação a imagem que os próprios bibliotecários têm de si. Faço parte de um pequeno grupo que está batalhando para que isso mude pois aquela velha imagem da bibliotecária de coque e óculos na ponta do nariz senmpre severa e mal humorada já era. Hoje somos jovens (ou joviais), atentos a toda novidade tecnológia que possa contribuir na formação de leitores e procuramos tratar a informação de forma objetiva e profissional. mas isso leva um certo tempo...
Obrigada pela visita e volte sempre!
Bjs