Blogagem Coletiva: consumo consciente - Capítulo 2

Hoje falarei um pouco mais sobre o consumo, focando o lado emocional da coisa. Até alguns anos atrás, eu mesma era uma consumista voraz, a própria Becky Bloom, para quem ainda não conhece essa personagem, indico o livro Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, de Sophie Kinsella. Mas voltando ao tema, desde que comecei minha vida profissional, talvez pelo deslumbre que o poder aquisitivo nos dá, saía desvairadamente gastando dinheiro em compras de calçados, roupas, acessórios e outras coisas que me davam imenso prazer. Achava isso tudo o máximo! E o prazer aliado a esse momento da "obtenção" de determinado objeto era algo indescritível. Com o passar dos anos, veio o amadurecimento, a reflexão e, lógico, junto a tudo isso, ganhei vários cartões de crédito comprometido, vi meu nome sujo e o desespero por não poder fazer mais compras. Toda essa exposição pessoal, é para mostrar que essa situação é muito mais comum do que se pensa afinal, com toda essa indústria da publicidade nos bombardeando a toda hora e em todos os lugares nos dizendo: Compra!!! Possua!!! Deseje-me!!!! torna-se muito difícil para as pessoas resistirem a esse apelo e comprar somente o necessário para a sua vida. A sociedade nunca presenciou um período como hoje onde vivenciamos a ditadura do consumo. Desde a mais tenra idade, as crianças já são "formatadas" pelo desejo de algo. A TV vive bombardeando imagens de sapatos, bonecas, jogos, roupas de griffe que toda criança feliz deve ter. Assim, desde cedo tornam-se "pequenos ditadores" de seus próprios pais, impondo sua vontade de adquirir determinados objetos não se importando se seus pais podem ou não arcar com tais despesas. Na adolescência, o que vemos atualmente são jovens extremamente consumistas, no entanto, é apenas o desejo puro e irracional de obter tais objetos pelo simples fato de serem aceitos nos grupos aos quais frequentam. Percebem onde isso vai dar? Exatamento o que vemos hoje: uma sociedade doente no qual ninguém, ou quase ninguém, consegue pensar e vivenciar uma vida mais leve, buscando consumir apenas o necessário e dessa forma, respeitar o meio ambiente, preocupando-se com a qualidade de vida no planeta. Consegue entender onde quero chegar? Não adianta tantos projetos e trabalhos de conscientização para a preservação do planeta se não houver uma verdadeira mobilização, compreensão e por fim a tal conscientização de verdadeiras mudanças de hábitos, a começar pelo consumo consciente. É uma tarefa fácil? Claro que não. É impossível? Também não. Será trabalhoso? Com certeza. E será certamente uma tarefa a longo prazo pois mudanças não ocorrem da noite para o dia. Então pessoal que tal começarmos essas pequenas mudanças já para que num futuro os nossos descendentes possam usufruir de um planeta melhor, numa sociedade melhor, com uma qualidade de vida melhor e mais justa?