terça-feira, 24 de março de 2009

Zelador livreiro tem sua biblioteca despejada

Os primeiros livros e revistas foram recolhidos das lixeiras dos grandes edifícios. Acumulados ao longo de cinco anos pelo zelador Sebastião Silvestre Morais Filho, somaram cerca de seis mil unidades - 4.200 livros e quase duas mil revistas. Nos últimos dois anos, as crianças e estudantes da periferia de Cravinhos (294 km de São Paulo) se divertiram com o variado acervo. Entre os infantis, o campeão de procura era "O Ratinho Comilão". As histórias do "Menino Maluquinho" e os "Caça-palavras" também estavam entre os mais pedidos. Adolescentes liam Agatha Cristhie e os estudantes preferiam livros didáticos. O acervo dele foi útil à prefeitura até o fim do ano passado. De 2007 a 2009, com a criação de um projeto desenvolvido por ele mesmo - Projeto Crê-Ser -, os livros e revistas foram expostos, nos finais de semanas e feriados, em várias praças da periferia da cidade. Morais Filho cadastrou mais de 300 famílias. O zelador contou seu drama para alguns moradores do edifício Plaza Tower, onde trabalha. Vários aderiram ao pedido de socorro e decidiram criar o Projeto Biblioteca na Calçada. Vão financiar, a partir de segunda-feira, a construção de um cômodo na casa do zelador, na rua Domingo Carloni, 159, onde serão acomodados os títulos. Assim, nos finais de semana e feriados, em frente à casa, sob toldos azuis, as crianças, adolescentes e estudantes de Cravinhos poderão, novamente, ter contato com os livros.

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