segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Blogagem coletiva: Adoção, um ato de nobreza!



Quando a Georgia do Saia Justa me convidou para participar dessa blogagem coletiva, confesso que vacilei um pouco pois de imediato, esse tema me pareceu muito distante de minha realidade.
Pensei comigo: falar sobre adoção? Mas o que posso falar sobre adoção se esse tema é tão desconhecido para mim? O que posso eu, mulher, solteira, nunca me casei nem fui mãe, vivo distante do universo infantil, o que tenho a falar? Se é que tenho algo a falar...Pensei, pensei, e descobri que tenho sim algo a dizer.
Apesar de nunca ter constituido família, pelo menos nos moldes tradicionais, sempre fui um pouco "mãezona" de todos. Para aqueles que são ligados em astrologia, vão de imediato dizer que é porque sou uma canceriana legítima. Adoro família, sempre fui muito carinhosa com todos, gosto de afagar aqueles que tanto amo e não tenho problema nenhum em demonstrar meus sentimentos. Por outro lado, apesar de todo esse amor que carrego em meu peito, nunca passou por minha cabeça a idéia de um dia ser mãe. Lembro-me de meus tempos de colégio quando outras colegas de minha idade sonhavam acordadas pensando em seus futuros ao lado de um homem maravilhoso e de filhos queridos. Confesso que achava aquilo tudo muito enfadonho e pequeno para mim. Quando elas perguntavam pra mim como eu me via daqui a alguns anos, se espantavam quando respondia que me via independente, solteira, dona do meu próprio nariz, numa profissão que eu gostasse muito. Tá mas...e casamento? e filhos? Eu sempre respondia que não conseguia me ver nessa imagem que elas tanto gostavam. Minhas colegas ficavam intrigadas e acredito até que muitas me achavam esquisita por pensar assim. O tempo passou, amadureci, estudei e muito, hoje tenho uma profissão que amo. Exatamente como me via há trinta anos atrás. Contudo, no passar dos anos, adotei tantas crianças que hoje já se tornaram adultas como eu. A minha forma de ter "filhos" foi outra. Não gerei em meu ventre nenhum ser porém, nesses anos trabalhando na área educacional, convivi com tantas crianças e adolescentes, acompanhei seus crescimentos, suas dúvidas, suas inquietações que, de certa maneira, acabei por adotá-los em meu coração, em meu dia-a-dia e todos eles passaram a fazer parte de minha grande família humana. Tenho meus sobrinhos, que de forma indireta, são meus filhos também. O amor e a preocupação que nutro por eles é algo que extrapola qualquer tentativa de explicação. Essa é apenas uma das inúmeras formas de amar. Essa é apenas uma forma de se adotar um ser em nossas vidas. Mas, existe uma outra forma, que exige uma tomada de decisão que muda toda a sua rotina e responsabilidade: a real adoção de uma criança. E sobre isso, falarei em outro texto.

10 comentários:

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Roseli, concordo com você que quem vive na área educacional como você, adota tantas criancas e se preocupa com o futuro delas exatamente como uma mae.

Obrigada querida pela participacao.

Abracos Georgia ( nao é com i, e sim com "e")

Obrigada

Beth/Lilás disse...

Bom dia, Roseli!
Bonita a sua explanação sobre, na verdade, amor - amor de coração pelas crianças a sua volta. E se vc assim o faz, não precisa mais nada. O que interessa é distribuir esse amor.
Parabéns professora!
bj carioca

Roseli Venancio Pedroso disse...

Obrigada pelo comentário e pela correção. Ato falho. Amiga, tenho sempre o maior prazer em participar dessas blogagens coletivas. Ainda mais se tratando de assuntos tão sérios e de interesse social.
Bjs

Roseli Venancio Pedroso disse...

Oi Beth,
Obrigada pela visita!Acredite, aqui na escola, nós somos de tudo um pouco: bibliotecária, psicóloga, orientadora profissional, professora, mãe, tia, amiga...e por aí afora. Muitas crianças e adolescentes são extremamente carentes de atenção e carinho. E isso, tenho de sobra e divido com eles com o maior prazer. Afinal, toda forma de amor vale a pena.
Bjs

Fábio Mayer disse...

Bonita participação.

Ter filhos não é exatamente para todos. Muitas vezes, é melhor para determinada pessoa não tê-los, e mesmo assim ela também tem o poder de fazer muito pela infância, como você demonstrou no seu texto.

Anônimo disse...

Ensinar e encaminhar as crianças, sem dúvida, é uma bela forma de contribuir para o futuro delas. Não é a adoção, mas um guia para o futuro e funciona, mesmo, como conselhos de mãe.

http://graceolsson.com/blog disse...

Roseli, trabalhar com educacao é ser um pouco mae de todos.
Mas, pensando bem...chegará um momento em que vc sentirá encessidade de ser mae.Adotiva ou nao.Obrigada pelo seu comentário.
Dias fleizes

Nina disse...

Vc comecou dizendo que não tinha ligacao com criancas, Roseli, mas vc tem, e mt. Trabalho na área educacional é ter mesmo, um montinho de filhos e se preocupar com eles, todos os dias!

era esta área que eu deveria ter escolhido pra mim, acho esse profissional um dos mais incríveis, porque trabalha com aquilo que acredito que há de mais importante para um futuro melhor: a educacao de base!
parabéns Roseli! vc é sim, uma maezona, mesmo sem saber disso :)

dácio jaegger disse...

Foro íntimo, nele surge uma forma de viver inerente e pessoal, estritamente daquele ser humano.
Conviver com crianças e adolescentes, acompanhá-los, cuidar de sua formação intelectual, estender sobre eles as asas do humanismo é ter filho também.Moradia de coração é comunicam-se nas palpitações. Que bom este pensamento colocado aqui. Obrigado por participar da blogagem.

Roseli Venancio Pedroso disse...

Obrigada pela visita Fábio,Nina,Grace e Lino. O comentário de vocês me enche de alegria e concordo com todos. A doaçao que fazemos na escola é muito grande pois passamos mais tempo ao lado dessas crianças e jovens do que os próprios pais. Daí nossa responsabilidade.
Bjs a todos