quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Olha nós aqui gentem!!!!

Indexando os artigos da revista Educação do mês de dezembro de 2007, me deparei com um artigo falando a respeito dos agentes da transformação que fazem a mediação da leitura. Fazendo parte desse artigo, ao virar a página, vejo que fala sobre a importância do bibliotecário como mediador. Gostei muito pois é tão difícil encontrar textos falando de nossas atividades diárias e da importância de nosso trabalho que não pude deixar de fora. Espero que gostem tanto quanto eu. Não é novidade nenhuma mas é sempre bom ressaltar.

Mediador privilegiado : bibliotecário, que não está preso a currículo ou avaliação, é figura-chave

O imaginário coletivo construiu uma imagem um tanto autoritária do bibliotecário, talvez por ser o guardião do conteúdo de centenas de prateleiras que, ninguém, a não ser ele, sabe como foram organizadas. Mas por trás da fachada de rigor está um mediador por excelência, que tem muito a oferecer para quem quer descobrir uma biblioteca. Basta lembrar do Gato, o bibliotecário do Castelo Rá-Tim-Bum, premiada série infantil da TV Cultura: o felino sabe o paradeiro de qualquer exemplar e sempre tem entre as patas um livro de poesia diferente para encantar as crianças do Castelo.

"Do bibliotecário espera-se uma atuação positiva como mediador de leitura. Diferentemente do professor, ele não está atrelado a currículos e avaliações, tendo portanto, maior liberdade para dialogar com o leitor e fazer proposições sem que este se sinta pressionado", confirma a educadora Mariza Russo, da UFRJ. No seu entender, essa ação tem ainda mais importância nas bibliotecas, predominantemente,por pessoas cujo poder aquisitivo não permite adquirir livros com freqüência. "Com isso, pode-se garantir oportunidades de transmissão cultural entre as gerações, além da ampliação das condições de desenvolvimento social dos leitores", avalia.

A bibliotecária Luciana Maria de Melo, por exemplo, foi a grande responsável pela transformação da Biblioteca do Colégio São José, em Santos (SP), com mais de 80 anos. "Era um amontoado de livros", admite ela, que largou outro emprego, em uma faculdade, para assumir a coordenação de um verdadeiro mutirão de trabalho. Em três meses, tudo estava reestruturado. "Dividimos a biblioteca com as obras de um lado e numa outra parte montamos um espaço de leitura e multimídia". O resultado foi imediato. A freqüência é cada vez maior e, além dos livros, ela oferece diversas atividades, como a presença de autores e de contadores de histórias. "Vivo lendo para as crianças,ajudando jovens a fazer pesquisas e indicando livros de forma personalizada", diz a mediadora.

Apenas vontade, porém, não basta. O bibliotecário também precisa de capacitação e de estrutura. No âmbito da formação, além da iniciativa do PNLL, merece registro o curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lançado em 2006, o primeiro nessa área a oferecer a disciplina de Mediação de Leitura. "A grade curricular contempla as áreas de biblioteconomia e de gestão, pois os bibliotecários do século 21 precisam estar capacitados para administrar todos os recursos que integram as unidades de informação, assim como as pessoas, que constituem seu principal ativo", diz Mariza Russo, da UFRJ.

Para 2008, a UFRJ prepara um curso de extensão sobre mediação de leitura,a ser oferecido para bibliotecários e alunos de outras universidades,com o objetivo de resgatar esse espaço de atuação para esses profissionais.

No que concerne à estrutura, o Governo Federal está cuidando disso no recém-lançado Mais Cultura, programa do qual farão parte a programação do treinamento dos agentes de leitura do PNLL e a modernização de 4,5 mil bibliotecas públicas no Brasil. Vale lembrar que os 72.705 estabelecimentos do ensino infantil, fundamental e médio igualmente contamcom bibliotecas, que também estão no foco das ações dessa iniciativa. Segundo o Ministério da Cultura, 1.170 municípios não tinham bibliotecas em 2003. Hoje, falta levar esse espaço para 350 cidades.

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